quarta-feira, 18 de maio de 2011

GENÉTICA E ODONTOLOGIA - PARTE 4


CONCLUSÃO


Engenharia genética 
Denomina-se engenharia genética a área de estudos surgida com os avanços espetaculares, ocorridos nos últimos anos, relacionados com a síntese, análise, transposição e manipulação em geral do DNA. Três fatores principais contribuíram para essas conquistas:
(a) a descoberta de maneiras de clivar o DNA em sítios bem específicos;
(b) o desenvolvimento de métodos simples e geralmente aplicáveis para a reunião de moléculas de DNA;
(c) a descoberta de técnicas efetivas para a introdução do DNA em organismos previamente refratários.
Quais são as aplicações possíveis da engenharia genética? Em primeiro lugar, devem ser considerados os aspectos puramente científicos. Por exemplo, a estrutura e organização do genoma de organismos superiores (como o homem) está sendo estudada intensivamente através desse enfoque. Esta pesquisa tinha sido, até pouco tempo, prejudicada pela complexidade desses genomas e a dificuldade de isolar-se porções particulares para a análise experimental. A inserção desses fragmentos em bactérias possibilitou a pesquisa de uma série de questões que só poderiam ser abordadas em sistemas desse tipo. A importância dessas investigações pode ser avaliada pelo fato de o Prêmio Nobel de Medicina, em 1978, Ter sido conferido a W. Arber, D. Nathans e H. O. Smith, justamente por seus estudos nas chamadas enzimas de restrição, capazes de fragmentar o DNA.
Em segundo lugar, é muito provável que em futuro próximo genes apropriados possam ser introduzidos em bactérias para convertê-las em fábricas bioquímicas para a produção de substâncias complexas de importância médica ou veterinária. Os exemplos aqui seriam os da insulina (para a qual parece iminente uma época de escassez), o hormônio do crescimento, anticorpos específicos para confeccionar vacinas contra a malária, febre aftosa e outras doenças infecciosas, e o fator VIII da coagulação sangüínea, necessário para os hemofílicos.
Outras aplicações incluem a transferência de genes para que plantas atualmente incapazes possam fixar o nitrogênio, o que seria muito importante para a agricultura.
Uma possibilidade mais remota seria a da alteração genética dirigida de nossa espécie, através de manipulações no DNA. Embora os meios para isso pareçam estar muito afastados, essa questão deve ser cogitada, pois criaria problemas éticos e morais muito importantes.
No entanto, essas pesquisas têm o seu perigo. Isso porque estão sendo criados organismos novos, autopropagáveis, para os quais talvez não haja possibilidade de defesa biológica por parte de nossa espécie. Foram estabelecidas, portanto, uma série de regras e regulamentos de segurança, para evitar a liberação involuntária de tais linhagens fora dos laboratórios.
As potencialidades biotecnológicas da engenharia genética condicionaram a formação de uma série de empresas, nos Estados Unidos e na Europa, e o interesse das multinacionais na sua aplicação comercial. E há pouco tempo a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que podem ser patenteadas formas de vida criadas em laboratórios. Por 5 votos contra 4 a referida Corte deu ganho de causa a um processo da General Electric pedindo o direito de patentear um novo tipo de bactéria. O presidente da Corte na época, Warren E. Burger, justificou a decisão dizendo que não se tratava de uma lei ou coisa natural, propriedades de todos, mas de uma nova forma que surgiu graças à interferência humana, e portanto apresentando as características de um produto, como "o telefone, o transistor, o avião e a lâmpada elétrica''. Em todo caso, o juiz salientou que o Congresso poderia ser pressionado, pelos que têm outra opinião, a criar leis específicas visando as atividades da engenharia genética.
Eugenia e eufenia
A eugenia pode ser definida como aquele ramo do conhecimento que procura melhorar a qualidade genética de populações inteiras ao longo do tempo. Tradicionalmente, procuram-se distinguir dois objetivos dentro deste contexto geral:
(a) a redução na freqüência de genes presumivelmente deletérios (eugenia negativa); e
(b) a melhoria da constituição genética da população (eugenia positiva), embora o desenvolvimento de atividades relacionadas com uma das duas áreas de atuação implique necessariamente repercussões na outra.
Por outro lado, pode-se definir como eufênicas as medidas que procuram melhorar a ação gênica, seja pela eliminação de efeitos prejudiciais, seja pelo estímulo à produção de material útil.
Com a possibilidade de controle cada vez maior do processo de reprodução humana, cabe perguntar, como o fez Lappé (1975): pode uma política eugênica ser justa? Sua resposta é um sim qualificado, classificando ele de justa uma ação que prometesse melhoria real ou potencial em fatores sociais significativos para beneficiar um número máximo de pessoas, e que compensasse aqueles que fossem de alguma maneira privados por sua implementação. Já Beiguelman (1979), após fazer severas críticas aos movimentos eugenistas, mostrou-se cético quanto às vantagens que poderiam advir de ações neste sentido.
As restrições quanto à eufenia centram-se em seu possível aspecto disgênico. Com efeito, quando se corrige a ação de um gene deletério, fazendo com que seu portador tenha uma vida praticamente normal, automaticamente se está favorecendo a manutenção e reprodução deste gene prejudicial. Mas, seria difícil encontrar argumentos contrários à melhoria geral das condições ambientais das populações humanas, de maneira a maximizar a expressão de suas características genéticas positivas. Neste caso, a simples eliminação da pobreza é um objetivo ético que deveria ser perseguido por todos.
GLOSSÁRIO
Atresia = imperfuração dos orifícios naturais do corpo; estreitamento ou estenose dos órgãos ocos.

Dente = presas, pontas. Formação resistente que se implanta nos maxilares (a maxila superior é o próprio osso maxilar e a maxila inferior é a mandíbula) para a mastigação.





Disgenesia = impossibilidade de gerar, reproduzir. Esterilidade.
Epicanto = dobra da pele no ângulo interno do olho.
Eugenia = estudo das causas e condições que podem melhorar as raças, gerações.
Gengivorragia = hemorragia da gengiva
Ginecomastia = desenvolvimento excessivo da glândula mamária do homem.
Higroma = inflamação das bolsas serosas.
Hipertelorismo =deslocação lateral acentuada das órbitas, mostrando grande afastamento entre elas.
Hipertonia = aumento do tono ou tensão de um órgão.
Hipoplasia = diminuição da atividade formadora dos tecidos orgânicos; desenvolvimento defeituoso ou incompleto de um órgão.
Hipotonia = diminuição de tensão ou tono, especialmente a tensão arterial baixa.
Micrognatia = maxilas reduzidas.
Neonatal = relativo a recém-nascido.
Periodontal = relativo às estruturas que cercam o dente.
• Valgo = diz-se do membro ou segmento de membro encurvado, formando linha convexa em relação a linha mediana.

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